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sexta-feira, 28 de setembro de 2012


Lee traz a magia de Michael Jackson "Bad" para a tela grande

 

 

Traduzido por Daniela Ferreira

 

(Reuters) – O filme de Spike Lee sobre o making of do álbum de 1987 de Michael Jackson, "Bad" pode estar perto de uma biografia, às vezes, as filmagens ao vivo e a atenção do cantor a detalhes quando estava no auge das forças dele são uma lembrança de por que ele continua o “Rei do Pop”.
O documentário de duas horas, chamado “Bad 25", o qual teve a estreia dele em no festival de cinema de Veneza, na sexta-feira, é uma familiar mistura de cabeças falantes – coreógrafos, produtores e estrelas – e filmes dos concertos, ensaios e vídeos musicais.
Lançado para coincidir com o aniversário de 25 anos da aclamada sequencia de Jackson para “Thriller”, Lee prove algumas surpresas para os aficionados de Jackson, mas pinta um cenário de um gênio em ação, que se preocupa com cada passo do processo produtivo.
“Eu penso que há muito anos nós temos… concentrado em coisas sobre Michael Jackson que não têm nada a ver com a música”, Lee diz as repórteres, 25 anos depois do dia em que Bad chegou às prateleiras.
 O documentário, ao qual Lee chama a “carta de amor” dele para Jackson, tem o apoio tanto do espólio de Jackson quanto da gravadora, dando a Lee acesso a muitas das peças chaves no making of do que é referido como um álbum marco.
“Foi uma chance de realmente entrar no processo criativo dele”, ele acrescentou.
“Nós todos fomos abençoados com o trabalho final, mas é raro que você consiga ver como algo é montado. Nós apenas vimos o produto final. Nós não vemos o sangue, suor e lágrimas, todo o trabalho que é realizado em obras-primas.”
Entre as novidades está a filmagem feita pelo próprio Jackson, usando uma câmera de mão, e Siedah Garret cantando “Man in the Mirror”, a música que ela coescreveu para a estrela, a capella, preservada em uma off-camera, estalando os dedos, definindo a batida.
Há, também, poucos, mas esclarecedores insights e dicas ao verdadeiro caráter de Jackson, sendo isso o interesse dele por mulheres, espírito competitivo, profissionalismo ou obsessão pelo menor riff ou passo de dança.
Garret, por exemplo, recorda como Jackson, jocosamente, jogava pipoca nela, enquanto ela gravava “I Just Can’t Stop Loving You”, ganhando ela, mas não Jackson, uma afiada repreensão do vigilante produtor, Quincy Jones.

 “NÃO DESTE MUNDO”

Sheryl Crow disse que ela era frequentemente indagada se Jackson se tornou excitado quando eles reformavam a atrevida interpretação da música na turnê que quebrou recordes dele, "Bad". Ela não respondeu.
A atriz Tatiana Thumbtzen especulou que menta no hálito do cantor sugeria que ele podia estar preparado para um beijo no final do vídeo "The Way You Make Me Feel", apesar de estritas instruções de apenas abraçar o cantor.
O advogado John Branca, que administra o espólio de Jackson, após a morte dele, aos 50 anos de idade, em 2009, recorda-se de um encontro que Jackson arranjou com o arquirrival, Prince.
“Não foi um encontro alegre”, ele disse, adicionando que Prince tinha trazido consigo uma “caixa voodoo”, pelo que Jackson sentiu medo de que eles estivesse tentando lançar um feitiço nele.
Essa rivalidade era parte de um competitivo traço em Jackon, que o levou a tentar superar o sensacional sucesso do álbum de 1982 dele, “Thriller” –que ainda é o álbum mais vendido de todos os tempos – com Bad, cinco anos depois.
Ele até rabiscou “100.000.000” no espelho, para lembra-lo da meta dele. A despeito de que a estimativa industrial varie selvagemente, Thriller é estimado ter vendido entre 60 a 110 milhões de cópias em todo o mundo, enquanto Bad vendeu de 30 a 45 milhões.
Nada, parece, foi tão trivial. E uma sequência, Jackson, comicamente encena, exatamente, como ele queria que dois personagens animados, que apresentavam em um comercial se comportassem.
Em um nível mais sério, Lee explora como as raízes afro-americanas de Jackson eram importantes para ele, apesar da transformação gradual das características faciais dele, que o fez parecer mais caucasiano.
Várias entrevistados não puderam conter as lágrimas deles, enquanto relembravam quando eles souberam da morte de Jackson e vários expressaram a convicção deles, naquele momento, de que não era verdade.
Crow estava entre aqueles que lutam para explicar o talento de Jackson. “As moléculas mudam no recinto”, ela disse sobre a presença dele. “ele mudava as moléculas.”
Próximo ao final de Bad 25 há uma memorável performance de “Man in the Mirror”, depois da qual Jackson ergue as mãos dele erguidas, em forma de cruz.
“Michael não está aqui para responder a isso. Eu não posso dizer que ele estava tentando ser Jesus Cristo”, Lee disse em reposta a uma pergunta do repórter.
“Eu não vou dizer que Michael estava tentando dizer que ele era Jesus Cristo, mas você olha para a performance – ele está em outro lugar. Essa é uma das melhores performances já realizadas. Você vê o jeito como Michael está cantando aquela música, ele não é deste mundo.”