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domingo, 28 de outubro de 2012

Earth Song: Inside Michael Jackson's Magnum Opus (parte 9)

Legado


 

Muito do criticismo desdenhoso quanto a “Earth Song” permanece amplamente inalterado hoje. De alguma forma, enquanto os incríveis protestos sociais de Bob Dylan, John Lennon e Marvin Gaye são legitimamente reconhecidos no Top 5  músicas de todos os tempos, da Rolling Stone, “Earth Song”, de Michael Jackson, nem mesmo chega ao Top 500.

Mas desde 1995 (e, especialmente, nos recentes anos), “Earth Song” tem ganhado admiradores pela presciência e poder dela. Em seguia à morte de Jackson, ela, de repente, alvoreceu em muitos que, antes de Verdade Inconveniente de All Gore, antes de Avatar e Wall-E, antes de “ficando verde”, se tornar um slogan, Michael Jackson estava soando o alarme, não apenas sobre o meio ambiente, mas muitas outras pressões sociais, e questões sociais. Nos anos 90, ele era, indubitavelmente, o mais influente porta voz para o ambientalismo.

Em anos recentes têm sido feito covers de “Earth Song” em programas populares como American Idol, The Factor X, e no Grammy Awards, entre outros. Ela também tem sido tocada por sinfonias em todo o mundo, desde Londres ao Japão. Globalmente, ela continua sendo uma das canções mais amadas de Jackson.

De um ponto de vista crítico, enquanto ela continua negligenciada pela imprensa popular, “Earth Song” está beneficiando de uma explosão de interesse acadêmico. Trabalhos de Armond White, Constance Pierce e Gerd Buschmann, entre outros, tem começado a mapear o rico terreno dela. (78) Tão profundas análises por uma variedade de campos acadêmicos permitirá que “Earth Song” seja contextualizada e interpretada da maneira que os críticos falharam em fazer quando ela foi lançada.

Mas talvez, o mais substancial legado dela seja a forma como tem impactado vidas individuais e melhorado o bem estar do planeta. Como o próprio Jackson disse, em 2009, ele queria que a música “abrisse a consciência das pessoas”. (79) Ele não queria que a plateia simplesmente se sentisse mal; ele queria que eles agissem. E isso é, precisamente, o que muitos têm feito.

Milhares de professores, agora, usam “Earth Song” em aulas para trazer consciência sobre questões ambientais e direitos dos animais. Ela, também, inspira ativismo. “Depois de ver o segmento de ‘Earth Song’ em This Is It (o que me levou às lágrimas)”, disse Trisha Franklin, “eu me senti completamente compelida a fazer alguma coisa para ajudar, como Michael pediu, assim, eu comecei um projeto para plantar árvores em todo o mundo em nome de Michael. ‘Um Milhão de Árvores Para Michael’, agora, tem mais de 13.000 fãs no facebook e nós conseguimos milhares de hits em um mês de funcionamento do nosso website. Nós plantamos mais de 200.000 árvores no mundo e estamos esperando milhares mais”. (80)

O impacto dela continua a ressoar para a nova geração. Depois de ver o vídeo musical de Earth Song, um sensível menino de dez anos de idade (Draven) ficou tão profundamente comovido que ele prometeu contar a todo mundo que ele sabia sobre a mensagem da música. Ele não sabia sobre quase todas as questões que a música revela e disse a avó dele que ela “fez com que percebesse o quão é importante é cuidar do planeta”. (81)

Tais estórias podem parecer insignificantes, dado o alcance dos problemas que a humanidade enfrenta. Mas elas são sementes. Elas representam resistência a um status quo que Jackson reconhecia não apenas como injusto, mas insustentável.


Notas do autor:
78. Ensaio de Gerd Buschmann’s foi publicado na Alemanha. Der Sturm Gottes zur Neuschöpfung: Bimblische Symboldidaktik in Michael Jackson Mega-Video-Hit Earth Song. Katechetische Blätter. Vol 121, nº 3
79. Michael Jackson This Is It DVD. Sony, 2010;
80. Trisha Franklin. Entrevista Pessoal do Autor. 4 de junho de 2011.
81. Mary House. Entrevista Pessoal do Autor. 4 de junho de 2011.




Uma Aventura da Humanidade



Michael Jackson apresentou “Earth Song” para uma audiência ao vivo, na parte final, em 27de junho de 1999, e Munique, Alemanha.

O show foi o segundo de dois concertos beneficente organizados por Jackson (o primeiro ocorreu em Seul, Coreia), intitulado “Michael Jackson & Friends – An Adventure of Humanity”. Todo o lucro – aproximadamente 3,3 milhões de dólares – foi doado para o Nelson Mandela Children’s Fund, a Crus Vermelha, UNESCO, e refugiado de Kosovo.

O dia do concerto em Munique estava escaldante. Foi dada água aos fãs para evitar a desidratação. (82) No início da tarde, o show entrou em curso com performances por Luther Vandross, Ringo Starr e Andrea Bocceli, entre outros.

Enquanto o sol sumia e o ar esfriava, porém, a antecipação por Michael Jackson começa a crescer. O Estádio Olímpico de Munique estava, agora, recheado até à borda, um mar de seres humanos convergiram de todo o mundo.

Jackson subiu no palco pouco depois de 11h00min da noite. Enquanto ele está imóvel, como um Davi, em meio à fumaça e um fluxo de luz, o excitamento da multidão é palpável. Esse era o momento pelo qual eles estavam esperando. Jackson executou uma alta octanagem trilha sonora de músicas, incluindo um medley suave, habilidosamente coreografado de “Dangerous” e “Smooth Criminal”.

Depois de terminar o set, Jackson correu para o findo do palco para uma troca de figurino e Gatorade, enquanto o elaborado o pano de fundo estava sendo construído para o número final dele: “Earth Song”.

Durante o intervalo, “Ode à Alegria” de Beethoven, retumbou, triunfantemente, pelo ar quente de verão, enquanto luzes surgem através da multidão. Então, no telão, um globo girando aparece. A aura estática, de repete, se tornou contemplativa, quanto a abertura taciturna, cósmica, para “Earth Song” emanava por todo o estádio, seguido pelos chorosos acordes de piano.

Jackson caminha de volta para o palco para o distante grito dos fãs, entretanto, pode-se dizer, ele está, agora, dentro da música dele.

Ele está vestindo calças pretas e uma esfarrapada capa preta e vermelha. O rosto dele está pálido. Ele parecia ferido e sombrio. “E quanto ao nascer do sol...” O inconfundível tenor causa um frisson pela multidão.

Os gestos dele são expressivos, a tensão gradualmente construída. O corpo de Jackson se agacha, pulsa e balança. Ele está “canalizando” as dolorosas emoções da música. O refrão cresce como ondas surgindo.

Enquanto Jackson canta, uma grande ponte de ferro é erguida no palco em três partes conectadas. Isso era uma adição ao número que só tinha sido feita uma vez, antes, apenas poucos dias antes, em Seoul. O conceito foi idealizado como um tipo de “Ponte Sem Retorno”: refugiados são vistos atravessando o que eles, apenas podiam esperar, seria segurança e liberdade. Depois que eles passam, o próprio Jackson correr pela ponte. Explosões pirotécnicas em ambos os lados, simulando o ataque de jatos largando bombas em cima. O guitarrista, Slash, do mesmo modo, toca um tempestuoso solo de guitarra abaixo, reforçando a sensação de caos.

Envolto em uma nuvem de fumaça, Jackson bate o pé e grita, “Alguém me diga por quê!”

Então, o inesperado acontece. Depois de uma série e explosões, a parte do meio da ponte, onde Jackson está é, subitamente, desconectada, sobe e, depois, cai seis pés, aproximadamente.

“Do meu ângulo, eu não pude ver o que aconteceu, portanto, eu continuei tocando”, recorda o diretor musical Brad Buxer. “Eu pude sentir que algo estava meio estranho, mas eu continuava ouvindo Michael cantando. Quando a fumaça clareou, eu vi que a ponte tinha se desfeito”. (83)

A maquiadora artística de Michael, Karen Faye, disse que o coração dela “parou de bater”, quando ela percebeu o que tinha acontecido. “Diferentemente de ensaios, e o último show [na Coreia], [a ponte] não parou no cume dela”, ela recorda. “Em vez disso, ela veio caindo, ganhando velocidade, com Michael, firmemente, segurando nas grades – ainda cantando. Eu comecei a gritar, mas eu não conseguia escutar minha própria voz sobre a pirotecnia, a música, e a plateia... De nosso ponto de visão, nós tínhamos perdido Michael de vista... Eu não poderia imaginar como [ele] sobreviveria a tal queda.” (84)

A ponte aterrissou com um baque no fosso da orquestra, na frente do palco. 85 Surpreendentemente, enquanto Jackson estava sendo sacudido pela queda, ele continuou a apresentação. A plateia em frente ficou aturdida, mas a maior parte da audiência, simplesmente, supôs que isso era parte do show. Técnicos, rapidamente, pularam para checar Jackson, mas antes que eles o alcançassem, ele estava engatinhando de volta ao palco.
“Eu vi um braço alcançar o chão do placo”, recorda Karen Faye, “depois uma longa perna esguia, outro braço, outra perna... Ele estava de pé, no centro do palco, terminando o final de ‘Earth Song’! Minha boca caiu aberta em aliviada admiração.”

O organizador do concerto, Britton Rikki Patrick, mais tarde, tentou oferecer uma explicação pelo que aconteceu. “Nós penamos que um cabo possa ter arrebentado ou algo assim. Foi realmente assustador. As pessoas na audiência estavam gritando e chorando. Os seguranças estavam correndo para todos os lados. Deve ter sido aterrorizante para Michael. Mas ele conseguiu pular de volta para o palco. Ele cambaleou para o lado onde eu tinha paralisado e desmoronado em uma cadeira. Eu pude ver que ele estava sentido muita dor e sangrando atrás da cabeça dele.” (87)

Depois do show Jackson foi levado ás pressas ao Hospital Rechts Der Isar, em Munique. Ele tinha um sério ferimento nas costas e contusões. Mas antes de ser levado para o hospital, ele não apenas insistiu em finalizar “Earth Song”, mas também o encore, “You Are Not Alone”. A única coisa que ele escutava na cabeça dele, ele disse mais tarde, era a voz do pai dele dizendo: “Michael, não desaponte a plateia!” (88)

Depois de subir de volta para o palco, a partir de uma ponte desmantelada, envolto em nuvens de fumaça, Jackson deixou as últimas exclamações dele. Whoooo! Whoooo! Whoooo!

Finalmente, com um único holofote brilhando, ele esticou os braços dele e olhou para a audiência, encharcado de suro e esgotado.


Notas do autor:

82.  Michael Jackson Fã Clube. Novos Arquivos. Junho de 1999.
83. Brad Buxer. Entrevista Pessoal do Autor. 12 de junho de 2011. “É incrível o que Michael Jackson fez esta noite”, diz Buxer. “Qualquer outro artista teria parado. Ele ficou muito abalado, mas ele se recusou a interromper a performance.”
84. Karen Faye. “What More Can I Give.” Karen Faye – Uma Vida Interceptada. 27 de julho de 2010.
85. De acordo com Brad Buxer, a queda poderia ter sido muito pior se não fosse por um técnico alerta, que ajudou a diminuir a velocidade da ponte que caía, colocando alguma resistência nos cabos.
86. Karen Faye. “What More Can I Give.” Karen Faye – Uma Vida Interceptada. 27 de julho de 2010.
87. “Estrela Cai em Labaredas de Fogo em Um Suporte em Colapso.” Daily Rocord. 29 de junho de 1999.
88. Karen Faye. “What More Can I Give.” Karen Faye – Uma Vida Interceptada. 27 de julho de 2010.








Arte Performance


Isso poderia ter sido o fim. Mas durante a History Tour, Jackson adicionou um desfecho. Exatamente quando a poeira baixa, um tanque vem roncando para o palco.

No fundo, militante bateria toca prodigiosos acordes. O tanque está rolando em direção à plateia, mas antes que ele a alcance, Jackson pula na frente, modelando a icônica imagem de Tinanmen Square. Ele está performando resistência civil – literalmente colocando a si mesmo a arte dele contra um imponente símbolo de poder e destruição. Isso, lindamente, emblema o significado e o propósito de “Earth Song”.

Um soldado, então, emerge na máquina e aponta uma arma para os refugiados e Jackson. A audiência engasga. Ele aponta a arma diretamente para a cabeça de Jackson, enquanto Jackson permanece, calmamente, diante dela. O soldado foi treinado para matar, mas agora, no momento decisivo, ele hesita.

Indeciso, ele, mesmo assim, mantém o terreno dele, ainda apontando a arma contra o inimigo desconhecido. Daí, dos refugiados, uma criança emerge. Em roupas esfarrapadas, ela caminha até o soldado segurando uma flor. Isso é um símbolo de vida e toda a fragilidade, beleza e transição dela.

O soldado começa a voltar aos sentidos. Ele larga a arma e tira o capacete e óculos de proteção. Quando ele olha nos olhos do menino, ele cai de joelhos e chora. Ele, de repente, percebe o que ele se tornou e o que ele está fazendo.

O soldado e o menino se abraçam, como fazem Jackson e o soldado. Isso é uma cena de redenção e cura. No fundo, um sublime piano floresce cascatas como folhas de chuva de verão. O mundo pode estar cheio de sofrimento e horror não dito, mas aqui, Jackson demonstra, está a prova de que ainda existe pacotes de amor, beleza e música. A música dele não pode mudar tudo, mas ela pode oferecer esperança.

Flanqueado pelo soldado, a criança e um grupo de refugiados, ele se volta para a plateia em um momento final, estende os braços e inclina a cabeça em direção ao céu.

 

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