14.
THE LOST CHILDREN
(Escrita e composta por Michael
Jackson. Produzida por Michael Jackon. Arranjada por Michael Jackon.
Programação de teclado: Michael Jackson e Brad Buxer. Narrativa: Baby Rubba e
Prince Jackson. Coro juvenil: Tom Bahler. Edição digital: Brad Buxer e Stuart
Brawley. Gravada por Bruce Swedien, Brad Buxer e Stuart Brawley. Mixada por
Bruce Swedien. Fragmento de áudio de The Twilight Zone, cortesia da CBS
Broadcasting Inc.)
“The Lost Children” foi
um alvo fácil para críticos, um dos quais a chamou de “assustadora, estúpida
peça de acompanhamento para pinturas de crianças desaparecidas em caixas de
leite”. Executivos musicais, indubitavelmente, desencorajaram a inclusão dela
em Invincible. Embora ela seja uma
valsa pop finamente elaborada, com
uma bela melodia, ela não encaixa na imagem, estilo ou som de uma tradicional estrela
pop/R&B (ela, também, é claro,
lembra as pessoas da longa especulação sobre o relacionamento de Jackson com
crianças). Em termos de coerência do álbum, ela parece estranha na sequência de
músicas como “200 Watts” e “You Rock My World”. Diz algo, portanto, sobre a
coragem e a independência criativa de Jackson que a música tenha entrado no “álbum
de retorno” de altas apostas dele. Ele sabia que a maioria dos críticos iria desprezar;
mas ele também sabia para quem e para o que a música foi escrita – e isso
importava mais para ele.
Jackson
nuca esteve tão ativamente engajado em nome dos direitos das crianças quanto
ele estava nos anos que antecederam Invincible.
Ele trabalhou com um contingente de pessoas, incluindo Nelson Mandela e o
Rabino Shmuley Boteach, para arrecadar fundos e decisão políticas; ele
trabalhou em um livro sobre a importância da paternidade com amor
incondicional, ele deu um discurso bem recebido na Universidade de Oxford,
chamando por um renovado foco na invertida e perturbadora tendência de
negligência, abuso, e hipersocialização. Ao lado da ambição artística, ele via
o trabalho dele em nome das crianças como o principal propósito. “The Lost
Children”, portanto, foi a tentativa de Jackon em fundir a música dele a uma
causa que importava profundamente para ele. Se “Cry” era uma lamentação pelo
mundo, “The Lost Children” era uma oração por aqueles mais vulneráveis.
No
discurso dele em Oxford, ele explicou:
Aqui
é um típico dia na América – seis jovens abaixo dos 20 anos irão cometer
suicídio, 12 crianças abaixo dos 20 anos morrerão por armas de fogo –
lembrem-se de que é um dia, não um
ano – 399 crianças serão presas por abusos de drogas, 1.352 bebês nascerão de
mães adolescentes. Isso acontece em um dos mais ricos, mais desenvolvidos países
do mundo... É evidente que crianças estão bradando contra a negligência, grasnando
contra a indiferença e implorando para serem notadas. As várias agências de
proteção infantil, nos Estados Unidos, dizem que milhões de crianças são
vítimas de maus-tratos, em forma de negligência, em um ano comum. Sim,
negligência. Em lares ricos, lares privilegiados, conectadas ao máximo com
todos os petrechos eletrônicos. Lares onde os pais vêm para casa, mas eles não
estão realmente em casa, porque a cabeça deles ainda está no escritório. E os
filhos deles? Bem, os filhos deles apenas pegam qualquer migalha emocional que
eles recebem. E você não consegue muito com infinita TV, jogos de computadores e vídeos. Esses difíceis e frios números
que, para mim, deturpam a alma e agitam o espírito, deveriam indicar a vocês
por que eu devoto muito do meu tempo e recursos em fazer nossa iniciativa Heal the Kids.
Uma
simples súplica em nome dos negligenciados e abandonados, “The Lost Children”
pode não encaixar no típico molde para um álbum pop, mas para Jackson isso não importava. Ele escreveu e gravou a
música para crianças como ele – aquelas forçadas a enfrentar muita coisa, muito
cedo. Ele sentia que a música era crucial, independentemente da reação, para dar
a elas uma voz através da música dele.
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