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domingo, 28 de outubro de 2012

Capítulo 5 - HIStory : " Smile"


15. SMILE

 

(Palavras escritas por John Tutner e Geoffrey Parsons. Música composta por Charlie Chaplin. Produzida por David Foster e Michael Jackson. Vocais: Michael Jackson. Orquestração: Jeremy Lobbock)

 

“Smile” é uma sentimental homenagem de Jackson ao herói de longa data dele, Charlie Chaplin. A música, originalmente, apareceu na trilha sonora do filme de Charlie Chaplin, de 1936, Tempos Modernos. (A reedição de Jackson é tirada da versão de palco.)

Desde uma idade muito tenra, Jackson estava fascinado por Charlie Chaplin, o enigmático ator e cineasta que transmitia tanto humor, alegria, tristeza e mágica através das expressões silenciosas dele. “Como você poderia não admirar a genialidade dele”, Jackson disse em uma entrevista. “Ele era o rei da emoção... Ele sabia como fazer você rir e chorar ao mesmo tempo... Eu me identificava com ele. Às vezes eu sinto que sou ele”. Na verdade, em muitos estágios da vida dele, começando nos anos 70, Jackson se vestiu como o ídolo dele, cartola, bigode e tudo. Ele também devorou livros sobre ele, assistiu a todos os filmes dele e incorporou alguns dos estilos e movimentos dele às próprias performances.

Os dois ícones, é claro, compartilhavam muito em comum: ambos se tornaram os maiores artistas de uma geração; ambos foram profundamente mal interpretados e atacados por toda a vida deles; ambos foram atormentados por incessantes controvérsias e escândalos; e ambos eram excêntricos, infantis e, de muitas maneiras, figuras trágicas. A identificação de Jackson com o legendário comediante, portanto, faz sentido.“Smile” – com a lírica dela que adota sorrir (i.e., riso e humor) para cancelar e, às vezes, curar a dor – foi uma das favoritas músicas dele de todos os tempos.

Jackson gravou “Smile” no Hit Factory, em New York, em 1994. A música foi gravada ao vivo em estúdio com uma orquestra completa. “Eles ensaiaram um pouco antes, sem vocais, daí, durante as primeiras tomadas, Michael cantou, [ele] apenas os derrubou todos das cadeiras deles”, recorda o engenheiro assistente Rob Hohffman. “A tomada que fizemos aquele dia era maravilhosa e perfeita”, relembra Bruce Swedien, o engenheiro de som de longa data de Jackson. “Mas Michael é tão perfeccionista que ele que ele insistiu em gravar os vocais dele, novamente, no dia seguinte.” Por fim, eles acabaram mantendo a primeira versão.  

“Eu penso que nós trabalhamos com todos, seriamente”, diz o aclamado condutor de orquestra e produtor britânico Jeremmy Lubbock. “Mas minha mis memorável sessão de gravação continua sendo ‘Smile’, de Michael Jackson, do álbum History. Grande música, grande artista, indolor!” Na verdade, depois de gravar a música, Jackson foi agradecer à orquestra e recebeu uma ovação de pé. “Durante a gravação”, lembra Swedien, “[eles] estiveram escutando Michael cantar através dos headphones individuais deles. Quando Michael saiu do estúdio... todos os cinquenta membros da orquestra se levantaram e bateram nos suportes de partituras deles com os arcos, tão alto quando puderam. Jeremy [Lubbock] estava de pé no pódio condutor e também aplaudiu tão alto quanto ele pôde. Eu estava aplaudindo sozinho da sala de controle, tão alto quando eu podia!”. 

“Smile”, subsequentemente, se tornou um clássico no catálogo de Michael Jackson. O biografo Randy Taraborrelli descreveu a faixa como um “destaque” em HIStory: “Que performance vocal ele apresenta nessa música! Nunca ele soou mais sincero, mais maravilhoso.” O New York Times a chamou “uma dramática proeza” sobre acordes trêmulos e despretensioso piano, Jackson soa como se ele mal contivesse as lágrimas. A voz dele treme, falha, recompõe-se, e vai a outra direção emocional. A música termina com uma respiração contida, um soluço à beira de um ataque de choro”. 

Na finalização, Jackson cantarola, ri, e assobia o caminho dele até o final. A música completa uma jornada turbulenta, emocionalmente exaustiva, desde a raiva e fúria de “Scream”, ao alívio temporário de “Smile”. Mesmo nestas conclusões, aparentemente, alegres, contudo, como a melhor performance de Chaplin, um resíduo de tristeza permanece. HIStory é, definitivamente, uma tragédia – e como as melhores tragédias, o protagonista dela luta, contra a corrente, em perpétua resistência ao destino.





 

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