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domingo, 28 de outubro de 2012

Capítulo 4 - Dangerous: "Give in to Me


10. GIVE IN TO ME

 

(Escrita e composta por Michael Jackson e Bill Bottrell. Produzida por Michael Jackson e Bill Bottrell. Gravada e mixada por Bill Bottrell. Guitarras gravadas por Jim Mitchell, assistida por Craig Brock. Especial performance de guitarra por Slash. Vocais solo e background: Michael Jackson. Baixo, bateria, mellotron e guitarra: Bill Bottrell. Guitarra: Tim Pierce)

 

Como “Who Is It”, “Give In To Me” vem de um lugar de profundo conflito interior. Ela é uma faixa mal humorada, mercurial, que começa com um zumbido Mellotron e uma lenta guitarra dedilhada, antes de explodir em iluminados borbotões de agressões reprimidas. Jackson tinha feito rock antes, mas não assim. Músicas como “Beat It” e “Dirty Diana” eram mais teatrais; “Give In To Me”, em contraste, era crua e grungy, com elementos que vão dos Rolling Stones e David Bowie a Guns ‘N’ Roses e Nirvana.

Jackson começa desenvolvendo a música com Bill Bottrell em 1990. “[‘Give In To Me´] foi uma revelação”, recorda Bottrell. “Michael caminhou pela sala e eu, por acaso, tinha uma guitarra em minha mão e eu toquei o riff principal para ela e ele disse: ‘Bill, esse é um ótimo som’. Daí, ele cantarolou a melodia pra mim”. A música desenvolveu a partir disso, embora Bottrell, agora, lamente que eles não tenham ficado com uma anterior versão simplificada. “Nós sentamos em dois banquinhos no Record One e nós tocamos essa música”, lembra Bottrell da versão anterior. “Eu deveria ter deixado isso quieto. Era absolutamente deslumbrante.”

Ainda, a música que se desenvolveu era deslumbrante, ela mesma, retendo muito da essência original, incluindo os “vocais mais soltos e instintivos” de Jacson. A principal adição foi o virtuosístico trabalho de guitarra de Slash. “Ele me enviou uma fita da música que não tinha nenhuma outra guitarra exceto alguns retalhos lentos”, Slash recorda. “Eu o chamei e cantei no telefone o que eu queria fazer... Eu estava partindo para a África. Nossa agenda não estava em sintonia. Por isso, eles iam me colocar fora, mas Michael conseguiu resolver isso, assim, nós pudemos trabalhar nisso, quando eu voltei da África. Eu saltei do avião e dirigi até o estúdio. Eu basicamente entrei e comecei a tocar – foi isso. Foi realmente espontâneo daquele jeito. Michael queria qualquer coisa no meu estilo. Ele apenas queria que eu fizesse isso. Sem pressão. Ele estava realmente em sintonia comigo. Eu não vim dessa escola de tocar guitarra heavy-metal. Toda a coisa que eu faço ou trabalho vem do mesmo lugar que Michael Jackson veio. Nós podemos ter seguido para diferentes direções ou estarmos de lados opostas da cerca, mas quando isso rola, tudo isso vem da mesma merda.” 

Para Jackson, a faixa continuou a natureza de alma desnuda do álbum. Nos versos, ele está maravilhado e vulnerável, sentindo-se traído por um ex-amor. Mas no refrão, ele se transforma em alguém mais sensual e poderoso, exigindo submissão de tudo que o atormenta (“Amor é um sentimento/Dê-me isso quando eu quiser/Aplaque meu desejo/Porque eu estou em chamas”). Fred Astaire, famosamente, comentou com admiração que Jackson era um “dançarino furioso”; a mesma catarse, é claro, frequentemente encontra expressão na música dele. “Give In To Me” é uma “furiosa” musica emanada de uma vida de dor e solidão. “Não tente me entender”, ele canta em uma das melhores linhas. “Porque suas palavras simplesmente não são o bastante.”  

Para alguém tão incessantemente escrutinizado e interrogado como Jackson, isso é um poderoso suporte. Ele pode sempre empurrar o que o machuca, escondendo-se por trás de paredes, máscaras, personas, mantendo-se recluso. Assim que ele termina a linha, Slash vem cortando em uma guitarra, enquanto Jackson flutua sobre o topo – “Amor é um sentimento/ Aplaque meu desejo/... Entregue-se à sensação!” 

“Michael Jackson estava frequentemente no melhor dele”, observou a Rolling Stone, “quando ele estava entregando uma veia sombria, e este estranho e sinistro número sobre amor obsessivo... é todo gelo e sombras. Jackson soa agonizado no refrão e uns descendentes arpejos misteriosos de Slash envolve a música como teias de aranha. [Ela é] um dos números mais magistralmente sinistros de Jackson”.

 

 

“Will Be There”

 





 

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