10. GIVE IN TO ME
Jackson começa desenvolvendo a música com Bill Bottrell em
1990. “[‘Give In To Me´] foi uma revelação”, recorda Bottrell. “Michael
caminhou pela sala e eu, por acaso, tinha uma guitarra em minha mão e eu toquei
o riff
principal para ela e ele disse: ‘Bill, esse é um ótimo som’. Daí, ele
cantarolou a melodia pra mim”. A música desenvolveu a partir disso, embora
Bottrell, agora, lamente que eles não tenham ficado com uma anterior versão
simplificada. “Nós sentamos em dois banquinhos no Record One e nós
tocamos essa música”, lembra Bottrell da versão anterior. “Eu deveria ter
deixado isso quieto. Era absolutamente deslumbrante.”
Ainda, a música que se desenvolveu
era deslumbrante, ela mesma, retendo muito da essência original, incluindo os
“vocais mais soltos e instintivos” de Jacson. A principal adição foi o
virtuosístico trabalho de guitarra de Slash. “Ele me enviou uma fita da música
que não tinha nenhuma outra guitarra exceto alguns retalhos lentos”, Slash
recorda. “Eu o chamei e cantei no telefone o que eu queria fazer... Eu estava
partindo para a África. Nossa agenda não estava em sintonia. Por isso, eles iam
me colocar fora, mas Michael conseguiu resolver isso, assim, nós pudemos
trabalhar nisso, quando eu voltei da África. Eu saltei do avião e dirigi até o
estúdio. Eu basicamente entrei e comecei a tocar – foi isso. Foi realmente
espontâneo daquele jeito. Michael queria qualquer coisa no meu estilo. Ele
apenas queria que eu fizesse isso. Sem pressão. Ele estava realmente em
sintonia comigo. Eu não vim dessa escola de tocar guitarra heavy-metal. Toda
a coisa que eu faço ou trabalho vem do mesmo lugar que Michael Jackson veio.
Nós podemos ter seguido para diferentes direções ou estarmos de lados opostas
da cerca, mas quando isso rola, tudo isso vem da mesma merda.”
Para Jackson, a faixa continuou a
natureza de alma desnuda do álbum. Nos versos, ele está maravilhado e
vulnerável, sentindo-se traído por um ex-amor. Mas no refrão, ele se transforma
em alguém mais sensual e poderoso, exigindo submissão de tudo que o atormenta
(“Amor é um sentimento/Dê-me isso quando eu quiser/Aplaque meu desejo/Porque eu
estou em chamas”). Fred Astaire, famosamente, comentou com admiração que Jackson
era um “dançarino furioso”; a mesma catarse, é claro, frequentemente encontra
expressão na música dele. “Give In To Me” é uma “furiosa” musica emanada de uma
vida de dor e solidão. “Não tente me entender”, ele canta em uma das melhores
linhas. “Porque suas palavras simplesmente não são o bastante.”
Para alguém tão incessantemente
escrutinizado e interrogado como Jackson, isso é um poderoso suporte. Ele pode
sempre empurrar o que o machuca, escondendo-se por trás de paredes, máscaras,
personas, mantendo-se recluso. Assim que ele termina a linha, Slash vem
cortando em uma guitarra, enquanto Jackson flutua sobre o topo – “Amor é um
sentimento/ Aplaque meu desejo/... Entregue-se à sensação!”
“Michael Jackson estava
frequentemente no melhor dele”, observou a Rolling Stone,
“quando ele estava entregando uma veia sombria, e este estranho e sinistro
número sobre amor obsessivo... é todo gelo e sombras. Jackson soa agonizado no
refrão e uns descendentes arpejos misteriosos de Slash envolve a música como
teias de aranha. [Ela é] um dos números mais magistralmente sinistros de
Jackson”.
“Will Be There”
0 comentários:
Postar um comentário