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domingo, 28 de outubro de 2012

Capítulo 2 - Thriller: "Beat It "


5.                BEAT IT

(Escrita e composta por Michael Jackson; produzida por Quincy Jones. Arranjo de sintetizador por Steve Porcaro. Arranjos rítmicos por Michael Jackson e Quincy Jones. Vocais guias e backgorunds por Michael Jackson. Solo de guitarra: Eddie Van Halen. Guitarra: Paul Jackson Jr. Baixo elétrico: Steve Lukatter. Bateria: Jeff Porcaro. Drum case beater: Michael Jackson. Piano elétrico e sintetizador: Greg Phillinganes. Teclado: Bill Wolfer. Synclaiver: Tom Bahler)


“Beat It” fez praticamente todas as músicas anteriores a ela soarem fora de moda em comparação. Ela foi “Johnny B. Goode” dos anos oitenta, quebrando barreiras estéticas e raciais, enquanto assinalava uma nova era musical. A música era tão fresca, vibrante e à frente do tempo, que muitos críticos da época, simplesmente, não sabiam como caracterizá-la. Era uma canção hard rock, que tinha pessoas dançando em boates, uma súplica antimachismo que ainda conseguiu ser firme e legal. Alguns a chamaram de “back rock”, outros a chamaram de “dance metal”. O Times a descreveu com “área de asfalto”. O que havia de comum em todas as descrições era a fusão de elementos aparentemente díspares que ela contém. Ela era a última “superação” ligando negros e brancos, rock e R&B, pacifismo e revolta.

Os ouvintes, no entanto, não se preocupam em qual gênero ou rótulo ela se enquadrava (ou a raça do cantor dela). Da América à União Soviética, “Beat It” tocava em caixas de som e Walkmans, em pistas de dança e academias de ginásticas. Ela sintetizou, para muitos, o “novo som” da música. Ouvintes, no início dos anos oitenta, descreveram-na como “eletrizante” e “revigorante”, enquanto eles faziam “hip-hop dela, em boates, e faziam break-dance com ela, nas ruas”, reportou o Times.

Beat It” foi a terceira ou quarta composição de Michael Jackson e a última canção escrita para Thriller. Desfiado a criar algo nervoso e com batida rock, por Quincy Jones, Jackson foi trabalhar na música determinado a surpreender. “Eu queria escrever o tipo de canção de rock que eu iria sair e comprar”, ele recorda, “mas também algo totalmente diferente das músicas de rock, que eu estava ouvindo no Top Forty do radio”. Em apenas semanas, ele voltou com “Beat It”. Jones e o resto do time ficaram atordoados. “Nós sabíamos que ele tinha aparecido com nitroglicerina”, Jones disse.

Na verdade, desde o gongo de abertura (criado no Synclavier) à empertigada percussão e ao mundialmente famoso riff de guitarra, “Beat It” explodiu nos altos falantes com atitude. Na análise de 1992, Rolling Stones a chamou de “Isto-não-é-nenhuma-faixa AOR... a voz de Jackson soa em toda a melodia, Eddie Van Halen contribuiu com um borbulhante solo de guitarra, você poderia construir um centro de convenção na batida de fundo e o resultado é uma estilosa música dançante”.

Estilosa é uma educada forma de descrevê-la; revolucionária é mais adequada. Em termos de superação de barreiras (raciais e outras formas), enquanto “The Girl Is Mine” encantou com um buquê de flores, “Beat It” bateu a porta e exigiu o que lhe era devido. (Alguém pode, literalmente, escutar um som batendo, na verdade, antes de Eddie Van Halen entrar com o famoso solo de guitarra dele.) As rádios e a MTV não puderam resistir por muito tempo. A música alcançou o primeiro lugar na Billboard Hot 100, enquanto o vídeo passava, quase toda hora, na televisão.

Sempre perdida no excitante som da música, no entanto, está a mensagem cultural dela. Em uma época de aumento de guerras de gangues e a inflamatória retórica da Guerra Fria, “Beat It” era um pedido triunfo do pacifismo sobre a violência. Ela desafiava a postura “macho” do rock tradicional, oferecendo, no lugar disso, uma advertência contra o conflito de ego-inspirado. A alternativa que Jackson oferece é resistir ao circulo vicioso da retribuição social induzida, a “cair fora” e, assim, escolher viver a morrer.

Para enfatizar a séria intenção da música, Jackson usou membros de gangues reais do Crips e Bloods para o vídeo musical. Isso, subsequentemente, se tornou um alvo fácil para críticas e paródias, no entanto, pois alguns alegaram que a “solução” de Jackson de afastar a violência das gangues dançando era mais que simplista e surrealista. Mas essa interpretação é demasiadamente literal. Jackson nunca viu o papel dele como artista como sendo “político”, na perspectiva, com sentido didático. Antes, a música estava demonstrando mais generalizadamente o papel que ele sentia que a música e a dança poderiam desempenhar em superar problemas sociais. Se a música poderia ser apreciada por negros e brancos, americanos e soviéticos, talvez, ele sentia, ela pudesse ter um efeito mais salutar no mundo que as políticas de Reagan.

Beat It” fez a lista de 500 músicas que Definiram o Rock and Roll do Rock and Roll Hall of Fame. Ela tem sido regravada muitas vezes, desde que foi lançada, a versão mais notável pela banda punk Fall Out Boy (apresentando John Mayer na guitarra) e Fergie do Black Eyed Peas.


Nota da tradutora:
Nos créditos foi dito que Michael Jackson tocou drum case betaer. O que significa que ele fez percussão batendo na caixa onde se guarda um tambor.



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