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domingo, 28 de outubro de 2012

Man In The Music: Introdução V "Incorporando Mídia"


INCORPORANDO MÍDIA

























 

Um absorto Jackson na Bad World Tour dele.


Em uma parte não pequena, por causa dessa influência elétrica, o trabalho do próprio Jackson foi caracterizado pela fusão: de diferentes eras, diferentes estilos, diferentes mídias e diferentes gêneros. Em razão disso, avaliar o trabalho dele é mais que desafiante, pois eles nunca isolaram expressões. Em Black or White, por exemplo, há elementos de rock clássico, R&B, rap e pop. Mas é também um curta-metragem que se desenha a partir de fontes tão díspares quanto a Cantando na Chuva, de Stanley Donen e Geny Kelly; e a Do The Right Thing, de Spike Lee. Além disso, é uma rotina de dança que aproxima inúmeros estilos, de sapateado a hip hop e dança moderna. Para cada peça, há “um longo primeiro plano” que faz o trabalho dele parecer simultaneamente familiar (porque é historicamente informado) e novo (porque é uma fusão de formas muito únicas e criativas).

Quando se avalia a música de Jackson, é particularmente importante levar em conta a representação visual dela. Mais que qualquer outro artista antes dele, nós “vemos” as músicas de Michael Jackson, através das interpretações dele e vídeos. É quase impossível escutar faixas como “Thriller”, “Bad”, “Smooth Crmiminal” e “Black or White” sem visualizar os figurinos de Jackson, coreografia e narrativas cinematográficas. Alguns puristas da música, tanto dos anos 80 quanto de hoje, têm lamentado essa tendência de fusão de meios, sentindo que isso polui a integridade da música. Antes de Jackson, é claro, muitos outros artistas, incluindo Elvis Presley e Beatles, apresentaram as músicas deles visualmente em filmes e na televisão. Durante a maior parte dos anos 70, porém, a forma artística conhecida com “music-video” foi, essencialmente, uma ignorada ferramenta de promoção, realizando produções pobres, pequenos orçamento e narrativas ruins.

Em 1983, contudo, Jackson reinventou completamente as possibilidades. Billie Jean e Beat It iniciaram a transformação, substituindo montagens promocionais baratas por produções elaboradas, completamente concebidas, que continham narrativas fortes, visual e efeitos espetaculares e, é claro, a característica coreografia e movimentos de dança de Jackson. Depois veio o inovador vídeo de quatorze minutos de “Thriller”, o qual custou mais de meio milhão de dólares para ser feito e se tornou o vídeo caseiro em VHS mais vendido de todos os tempos. Thriller é, agora, quase universalmente considerado o vídeo musical mais influente da história.

Tal inovação nos meios continuaria por toda a carreira de Jackson, fazendo dele a definição de artista visual da geração MTV. Desde a pioneira atração 4-D, Capitain EO, ao espetáculo gótico de quarenta minutos, Ghosts, Jackson esteve sempre à frente, expandindo as possibilidades dos meios, enquanto inflamava a imaginação dos espectadores. Na verdade, em retrospecto, como o crítico cultural Hampton Stevens notou, “A tradicional sabedoria convencional, repetida tantas vezes, de que os vídeos de Jackson fizeram a MTV e, daí, ‘mudaram a indústria da música’ é apenas metade da verdade. É mais como se a indústria da música tivesse infldo para abranger o talento de Jackson e se encolhido, de novo, sem ele. Os vídeos não importavam antes de Michael e eles deixaram de importar quase no momento cultural preciso em que ele parou de produzir grande obra.”




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